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Como a emoção erótica pode ser essencial em sua construção de carreira?

Não se espante com o tema. Vamos começar nos aquecendo com algumas perguntas - te convido a tirar um tempo para se questionar:

  1. Você se percebe como um(a) profissional que desperta o interesse dos outros?

  2. Como é para você sustentar esse campo de atração e de ser desejado (a) profissionalmente?

  3. Você se considera um "produto" vendável e acredita no seu potencial?

  4. Quais questionamentos e sensações essas perguntas despertam em você?

  5. Achou estranho ou até um pouco ousado a escolha da temática?



Durante séculos, a cultura ocidental foi moldada por uma visão hiper-racionalista do mundo. Dominada pela ideia de que conhecer é se separar emocionalmente do objeto, essa visão tratou as emoções como obstáculos - ruídos que distorcem a realidade, fraquezas que comprometem a objetividade.


Era preciso se livrar das emoções para poder enxergar o mundo “como ele realmente é”. No entanto, isso parece estar mudando. Hoje, nossa sociedade e as organizações começaram a enxergar o mundo das emoções, não apenas por um desejo genuíno, mas por uma necessidade urgente. O mundo está doente - de muitas formas - inclusive emocionalmente.


E por quê? Porque somos seres emotivos! Como diz o coaching ontológico: Não há ação humana que não esteja precedida por uma emoção.


Somos seres que agem, aprendem, decidem, criam e se relacionam a partir da emoção.

A emoção é o chão onde pisamos para viver. A emoção como condição de possibilidade. Longe de ser um "problema", as emoções são condições de possibilidade da percepção, da linguagem, da ação e da aprendizagem.

Como explica Humberto Maturana: Nós não vemos o mundo como ele é, mas como as nossas emoções nos permitem vê-lo.

Na prática, isso quer dizer:

Se estou imersa na emoção raiva, vejo ameaça.

Se estou imersa na emoção medo, vejo risco.

Se estou imersa na emoção confiança, vejo oportunidade.


No Coaching Ontológico, dividimos as emoções em dois grupos:


01. Emoções primitivas: São aquelas universais, biológicas, que surgem de forma automática e são comuns a todos os seres humanos.

02. Emoções secundárias ou sociais: São aquelas de cunho mais complexo, dependem do contexto cultural e das interpretações que fazemos da realidade.


Mas onde entra o famoso erotismo em tudo isso?


Antes, entenda: O erotismo é a emoção da beleza existencial.


Este faz parte do primeiro grupo de emoções — é uma das mais primitivas. É a emoção que nos permite conectar com o mistério da vida, com o prazer de ser e existir, e nos predispõe à beleza existencial.


Este é um conceito muito mais amplo do que aquele que a sociedade costuma associar ao erotismo. Normalmente, limitamos o erotismo à vontade de fazer amor e ter relações sexuais. Embora seja verdade que o erotismo nos predisponha ao contato sexual, não se limita apenas a isso. Os grandes poetas, músicos, filósofos e artistas da história se conectaram com o erotismo. E, de verdade, não apenas eles. Todos nós.


A repressão do erotismo e a perda da magia


Nossa sociedade foi se afastando desse viés do erotismo. Esse preconceito milenar fez com que passássemos a olhar com desconfiança para a sabedoria que emerge do mistério. Perdemos a capacidade de acessar o que não entendemos, o que não conseguimos traduzir ou encaixar em padrões.


Perdemos a magia da vida e, por consequência, a nossa própria magia e potência.

Uma sociedade que tem medo do erotismo frequentemente reprime todo ato de ternura. 


O erotismo como poder de encantamento


E aqui está o ponto principal: O erotismo também nos conecta à sedução — não à sedução sexual, mas à sedução erótica de sermos oferta para o mundo.


Quando acessamos o erotismo, somos capazes de seduzir, de encantar plateias, de vender serviços, de nos fazermos ouvir, de sermos vistos(as) como uma grande oferta digna de admiração, notoriedade e respeito. Você já pensou na conexão entre erotismo e seu poder de cativar os outros? De brilhar, de encantar pessoas?


Para mim, esse aprendizado foi uma quebra de paradigma. Uma abertura para o meu poder pessoal, minha luz, minhas habilidades e competências. Fui treinada para esconder do mundo quem eu era. Vivi experiências que me machucaram muito, simplesmente por expressar minha opinião ou apenas por existir.

Com o tempo, aprendi que não tinha valor. Aprendi a não expor o que acredito, o que estudei, meus talentos e habilidades. Fui me reprimindo. Me escondendo. E quando somamos isso à Síndrome da Impostora, temos a receita perfeita para a autossabotagem, a repressão e o silêncio.

O mais doloroso? Mesmo que isso tenha começado por estímulos externos, eu mesma passei a escolher esse lugar, ainda que inconscientemente.


Algumas perguntas para você refletir:

    • Quando você deixou de acreditar em seu valor?

    • Quando começou a se contentar com menos do que desejava?

    • Quando se enxergou como um(a) impostor(a)?

    • Quando se encolheu para caber onde não cabia?


Acompanho muitos seres humanos com dores. Uso o termo "seres humanos" porque ele é mais amplo e inclusivo do que simplesmente “profissionais”. Sim, são todos profissionais. Mas antes disso, são seres humanos.


Humanos que sofrem por se abandonarem, se esquecerem, se encolherem — muitas vezes por negarem o que sentem. Quando nos conectamos com nosso mundo emocional, somos capazes de perceber o que está acontecendo dentro de nós. E só então podemos dar vazão e cuidar do que sentimos.


E você? Quando deixou de se achar capaz? Quando perdeu a alegria de viver? Quando perdeu o desejo de viver sua potência?


Isso é erotismo - a chama pulsante que alimenta a alegria de viver.


O prazer de se reconhecer como alguém interessante, vivo, expansivo, com paixão pela vida. Que tem o que entregar e oferecer ao mundo. Que se admira e sente prazer em ser quem é. Não estou aqui cultuando a “Poliana”, todos temos problemas e desafios, mas mesmo com todos eles, podemos cultivar essa chama acesa.


Isso é viver uma vida com entusiasmo e prazer.

Lembre-se: Quando viveu uma experiência de extremo prazer, não se sentiu mais vivo(a)? Esse é o poder do erotismo. Agora imagine…


Será possível se sentir vivo(a) no seu trabalho, atuando com ética, profissionalismo e alegria? 


É poderoso demais e bastante possível! Se, ao longo deste artigo, você se sentiu incomodado(a) e se identificou como alguém que desconhece o próprio valor, que não consegue encontrar verdade na própria sedução e se sente constantemente como um(a) impostor(a) prestes a ser descoberto(a), eu posso te ajudar!

Em sessões de coaching e mentoria em desenvolvimento humano, nos aprofundamos nessas emoções que, apesar de primárias, podem ser complexas de atravessar e acessar com potencialidade. Vamos conversar e entender como posso te ajudar - você merece usufruir do erotismo.


Um abraço,

Joana Madia.




 
 
 

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