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A coragem de desagradar! Você tem?

Quando foi que você se perdeu de si mesmo? Já parou para pensar nisso? “Como assim, Joana? Explica melhor!”. Senta que lá vem história, mas, desta vez, te aconselho a se sentar, pois a conversa de hoje é carregada de emoções.

O que venho coletando ao longo dos anos, através de trabalhos focados em desenvolvimento humano, é que a humanidade tem um comportamento recorrente e unânime: desde que nascemos, vivemos a vida para nos sentirmos amados, aceitos, reconhecidos, incluídos e respeitados. E aprendemos, desde pequenos, a fazer o que for preciso para conquistar esse "pódio" do amor.


Costumo brincar, em minha palestra "Você é sem querer ou de propósito", que somos como focas de aquário. Te explico melhor: desde bebês, somos treinados para fazer a coisa certa — agradar aqueles que amamos — para, no final de cada malabarismo, recebermos o nosso peixinho: um gesto, seja ele qual for, que aprendemos a interpretar como AMOR.



Por sinal, esse é um ponto fundamental para o processo de reencontro consigo mesmo: como você aprendeu a receber amor?

Por que essa pergunta é relevante, Joana? Porque a forma como você aprendeu a receber amor na infância vai guiar a sua busca por ele pelo resto da vida. Acredite nisso! Sei do que estou falando. Não apenas por ver isso no meu trabalho, mas porque, assim como você, também sou uma foca de aquário em processo de conscientização.

Quando temos a sorte de passar por um processo de desconstrução, dissolução do ego ou desidentificação (termos usados na psicologia), trazemos à consciência aquilo que até então nos comandava de forma inconsciente. Esse processo nos permite compreender os mecanismos automáticos que nos regem — reações condicionadas que entendemos, codificamos e introduzimos como forma de receber amor.

Você ainda está comigo nessa reflexão? Vamos dar mais um passo? Para irmos mais fundo, trago aqui três exemplos de mecanismos: o do(a) bom/boa filho(a), o do(a) rebelde e o da criança abusada.

  1.   Se você aprendeu que, para receber amor — seja lá de que forma —, precisava ser um(a) bom/boa filho(a), então vai passar a vida repetindo esse padrão nas diversas relações (familiar, matrimonial, profissional, social, etc.), com um único objetivo final: receber amor. E te garanto, você vai encontrar aqueles que nutrirão essa lacuna em você, pois existem dores que se conectam às suas, perpetuando esse mecanismo até o dia em que você se tornar consciente disso.

  2. Se você aprendeu que receber amor significava ser um rebelde disruptivo, que questiona o sistema e até flerta com o desrespeito às leis e limites, e se isso tinha valor na sua família, você seguirá esse padrão. Buscará o amor fantasiado de aceitação, afirmação ou qualquer outro nome que fizer sentido para você. Isso continuará se repetindo até que você perceba que está sendo conduzido por um laço inconsciente de troca, cujo prêmio final é o "pódio" do amor.

  3. Até mesmo nas relações tóxicas e abusivas é possível aprender sobre "amor". Uma criança que cresce em um ambiente abusivo aprende que o amor tem uma moeda de troca. Duro e cruel, mas real. Se essa criança cresce sem ter consciência desse aprendizado, passa a vida buscando relações intensas como as que viveu, onde há desrespeito e desamor, pois aprendeu que essa é a moeda de troca pelo "amor". Triste, não?


    Vou compartilhar um vídeo muito forte, mas igualmente bonito, que retrata bem essa reflexão sobre como cada um aprendeu o que é amor e como, inconscientemente, buscamos isso ao longo da vida:


Agora, vamos começar a sair desse mergulho profundo? Como faço em todos os meus atendimentos, percorremos as profundezas do inconsciente, mas sempre retornamos à superfície, compreendendo que todo mergulho tem um motivo maior: a transformação e a ressignificação.

Mas Joana, como isso se conecta ao meu trabalho, à cultura das empresas que escolho e às minhas relações profissionais? Vamos pensar juntos:

Não importa se você se encaixou nos exemplos 1, 2 ou 3, ou em algum outro padrão que percebeu existir em sua história. Todos nós aprendemos, de alguma forma, esse mecanismo e o buscamos nas relações — inclusive nas profissionais.

Quando recebo um executivo para trabalhar pontos de desenvolvimento, não vejo apenas uma faceta desse ser humano, mas sim quem ele é por inteiro. Assim como um diamante reflete sua essência em todas as suas faces, os padrões de um indivíduo se manifestam em todas as áreas da sua vida.

Todos buscamos nossos "prêmios" e, sem perceber, estamos entrelaçados em relações, empresas e culturas que repetem nossos mecanismos inconscientes em busca do "pódio" do amor.

Se você prendeu o fôlego e me acompanhou até aqui, te convido: pare um momento, olhe para sua foca, converse com ela e comece a dar a ela o AMOR que tanto busca fora. Assim, estará cada vez mais consciente e caminhando em direção ao que realmente te realiza.

A maior reflexão não é sobre desagradar, mas sobre ser você mesmo. Que essa caminhada seja sua e linda!

Um abraço, Joana Madia.


 
 
 

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